terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vida... o verdadeiro valor

Vida... só lhe damos o devido valor quando não a temos.
O que fazer quando parte alguém cedo de mais? Quando esse alguém podia ainda fazer mais do que já fez? Injusto? Talvez... Cada um tem a sua hora. A vida é um equação matemática onde o seu desenvolvimento deriva de somas de experiências, diminuições de problemas, divisões de alegrias, mas onde reside a verdadeira questão é na probabilidade de acções que nos faz chegar mais rápido ao resultado final. Podemos não controlar como morremos ou onde morremos, mas podemos diminuir essa hipótese.
Se eu não souber nadar, não arrisco tomar banho num rio onde não tenho pé, ou se houver um incêndio, não me armo em curioso passeando na área tornando possível ser apanhado pelo fogo. No entanto, por ironia ou não aqui está um exemplo do quanto pode ser injusto o destino...
"Eu fui a uma festa, mãe. Eu lembrei-me do que me disseste.
Disseste para eu não beber e eu não bebi. Eu senti-me orgulhosa de mim, como tu disseste que eu me sentiria. Antes de guiar, eu não bebi, mãe.
Embora alguns amigos insistissem para que eu bebesse.
Eu agi certo, mãe. E sei que tu sempre estiveste certa.
A festa foi acabando, mãe. E os meus amigos foram saindo. Quando eu entrei no carro, eu acreditei que logo, logo chegaria a casa e inteira!
Isto por causa do jeito responsável e doce que tu me crias-te.
Eu arranquei devagarinho, mãe. E assim que entrei na avenida,
um outro condutor não me viu, bateu forte e eu fui lançada para fora do carro.
Aqui no solo da avenida, enquanto a ajuda não chegava, eu ouvi um polícia dizer que o outro motorista estava bêbado, mãe. E agora sou eu que pago por isso. Eu estou a morrer aqui, mãe. Eu gostava que estivesses aqui agora.
Como é que isto me aconteceu, mãe?
A minha vida simplesmente esvaziando-se como um balão.
Há sangue por toda parte, mãe, e a maior parte é o meu sangue.
Eu agora oiço o médico dizer que morrerei em poucos minutos.
Eu só te queria dizer, mãe, juro que eu não bebi! Os outros, sim, mãe.
Eles não pensaram.
Aquele homem que me atingiu, provavelmente estava na mesma festa. A diferença, mãe, é que ele bebeu e eu é que vou morrer. Por que é que há gente assim, mãe?
Eles não percebem que podem arruinar a própria vida?
Estou a sentir dores agudas, mãe.
O homem que me atingiu está a andar e eu não consigo achar isso justo. Eu a morrer e tudo o que ele faz é ficar parado a olhar.
Diz ao meu irmão para não chorar e para o pai não ficar chateado comigo. E quando eu partir, mãe… Põe flores bonitas na minha campa.
Alguém deveria ter avisado esse homem para não beber antes de guiar. Se ele não tivesse bebido, eu ainda poderia continuar viva!
A minha respiração está enfraquecendo, mãe. Estou a ficar com medo.
Por favor, não chores por mim, mãe. Sempre que eu precisei, tu não falhas-te.
Eu só tenho uma última pergunta, mãe, antes de me despedir:
Eu não bebi antes de guiar, então por que é que sou eu a morrer?
Este é o fim, mãe. Eu gostaria de poder olhar nos teus olhos para te dizer estas palavras finais: Eu amo-te... e... adeus...

Estas palavras foram escritas por um jornalista que por acaso se encontrava no local, incrédulo e cheio de lágrimas foi escrevendo o que ouvia, palavra a palavra enquanto via a rapariga morrer aos poucos. Não se sabe ao certo o que aconteceu ao condutor. Mas o jornalista prometeu que não ia deixar este momento perdido no esquecimento, e jurou que ia passar a mensagem aos jovens, para que a morte da rapariga de 19 anos não tivesse sido em vão."
Se por apenas cinco minutos tudo fosse diferente, a vida talvez fosse diferente...
Até sempre JP...

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